Amor Fati
SP Brutalista

Débora Oliveira
foto: Daniel Reinoso
Eu me dedico à Dança há 20+ anos,
em uma prática profissional que abrange a criação artística,
o ensino e a reabilitação do movimento

Eu encontrei a Dança como linguagem ainda adolescente. Desde o início, estive envolvida em grandes grupos, em me apresentar na estrada, em ler sobre dança em bibliotecas públicas. A transição para uma dedicação profissional à dança cresceu naturalmente, mas não sem resistência. Eu sou brasileira, nascida e criada em São Paulo, e fui fazendo uma formação permeada pelos aparelhos de cultura públicos da cidade. Eu recebi diversos investimentos de bolsas de estudo, públicas e privadas, ao longo de minha trajetória intelectual. Meu interesse pela dança se formalizou com a graduação e a formação em Eutonia, as quais concluí simultaneamente em 2015. Numa trama entre dança contemporânea e abordagens somáticas do movimento, desenvolvi meu trabalho através de perspectivas festivas, sociais e terapêuticas do movimento. Meu interesse pela indissociabilidade entre arte e ciência foi crescendo tanto na teoria quanto na prática, profundamente inspirada pela trajetória de Gerda Alexander, criadora da Eutonia. Minhas inquietações histórico-biográficas me conduziram a uma pesquisa de mestrado inovadora, na qual mapeei a formação artística e primeiras experiências profissionais de Gerda Alexander e fiz uma ponte centenária com a atuação profissional de eutonistas hoje em diferentes países. Enquanto meu trabalho cresce e se fortalece, aprendo outras formas de ser corpo no mundo. Um corpo que não se restringe a mim, aos meus pares, à minha espécie, mas que se constitui dançando em relações muitas.